sexta-feira, 20 de junho de 2014

LUIZ GONZAGA - FORRÓ DE CABO A RABO (1986)



Em tempos de festa junina nada melhor do que apresentar seu melhor representante em seu melhor álbum de estúdio e talvez o mais contemporâneo disco de sua vasta carreira. Meu pai comprou este vinil ainda em seu lançamento, passei a infância escutando este disco e a fita cassete do disco posterior De Fiá Pavi (1987), lembro do quanto estes discos animaram as festas daquela época. Lembrando que Forró de Cabo a Rabo foi o disco de Luiz Gonzaga que mais vendeu e foi seu primeiro (e talvez único em vida) disco de platina de sua carreira.Se o forró é universitário, seu maior teórico é Luiz Gonzaga.


Quem acompanhou o filme que conta sua vida ou sabe de sua história, sabe que embora houvesse outros nordestinos fazendo sucesso na música ou cantando músicas nordestinas, foi Luiz quem primeiro levou a música a elite e fez com que durante anos o forró deixasse de tocar apenas no período junino mas fosse parte da cultura nacional.

Como tudo que é moda, Luiz Gonzaga que foi o maior artista popular brasileiro do final dos anos 40 e início dos 50, viu sua popularidade ir embora e acabar a década deposto pela nova moda chamada "Bossa Nova".

Sua carreira foi salva por causa de um boato, que em época pré (jurássica) internet, era disseminado sem ao menos ser checado. Carlos Imperial em seu programa de rádio espalhou que os Beatles iriam gravar Asa Branca de Luiz Gonzaga em seu novo álbum (o White Album - 1968). Todos acreditaram, ninguém checou, mas serviu para que a imprensa voltasse a falar de Luiz, da importância que fez "os garotos de Liverpool" sair da Inglaterra e gravar uma música brasileira e fez com que os intelectuais que o trocaram por um novo ritmo, visse que ele foi influente na concepção artística de João Gilberto e importante na criação da Bossa Nova. A música que os Beatles vieram gravar foi BLACK BIRD, e a música mais próxima a isto que Luiz gravou foi ASSUM PRETO (o PÁSSARO NEGRO que foi cego para poder cantar melhor).


Luiz Gonzaga em gratidão gravou "O Canto Jovem" em que gravaria todos os "novos cantores e compositores da nova geração da MPB", com Humberto Teixeira (um de seus grandes parceiros ou seu maior) fazendo um monólogo de agradecimento que é a síntese do que foram os 10 anos em que esteve longe da grande mídia e sua volta em grande estilo tal qual a Asa Branca na música "Bicho Eu Vou Voltar".


Nos anos 80, renovou seu som a tal ponto que em músicas como Luar do Sertão, tivesse orquestração que a música fosse tudo menos forró ou como na parceria com Fagner (1984) em que a bateria eletrônica atrasava as ótimas músicas gravadas datando um ótimo disco. Porém neste mesmo ano ele gravaria o disco que mudaria tudo, Danado de Bom (1984) embora com um ranço da bateria eletrônica e dos arranjos que levavam a tudo menos ao forró se sobressai pela qualidade do repertório lhe dando o primeiro disco de ouro.

O estilo feito nos discos com Fagner (1984), Danado de Bom (1984), Sanfoneiro Macho (1985) se aperfeiçoou ao ponto de fazer um disco na maior qualidade. Sumiram as orquestrações; sumiram as baterias eletrônicas; o baixo veio para conduzir junto ao zabumba; a sanfona de Dominguinhos e Chiquinho Gaúcho de Cabaceira tocando em mais alto nível; participações especiais do mais alto nível; um repertório que não datou como os demais discos gravados antes e até depois por ele...

POR ISTO E POR OUTRAS COISAS, PARA MIM, FORRÓ DE CABO A RABO É A BÍBLIA DE TODOS QUE ALMEJAM SE GRADUAR NO FORRÓ UNIVERSITÁRIO.


domingo, 8 de junho de 2014

ALBUM SONORO DE MANCHETE - OS GOLS DO BRASIL NA COPA DE 1970



Em época de copa do mundo nada melhor que publicar algo referente a copa do mundo do Brasil. Tenho 32 anos, minhas memórias de copas nos anos 80 são de bandeirinhas e ruas enfeitadas, civismo, idolatria, paixão pela seleção, romantismo em fase final, onde o futebol espetáculo era mais importante que o resultado frio e calculista pelo título. Minha memória mais antiga de uma copa do mundo é a de estar no colo de meu pai comemorando um gol da copa de 1986, provavelmente do Josimar e que eu quando jogava futebol na rua queria ser o Sócrates.


Cresci sabendo das histórias da copa de 1970, considerada o melhor selecionado de jogadores reunidos para disputar uma partida de futebol. Em 1994, a Rede Bandeirantes retransmitiu todos os jogos versão colorida antes do que viria ser a copa do mundo do tetra. Sempre fui um colecionador, e no ano de 1994, comprava tudo que era referente a copa. Principalmente se fosse da Revista Placar. Em uma era pré internet, decorar as informações da edição que continha todos os jogos dos 80 anos da seleção (que este ano completa 100 anos) e contar vantagem na escola era o máximo, hoje em dia alguém vai no google e tem todas as respostas.

O que venho contar agora é sobre um vinil que comprei tempos atrás por módicos R$ 0,50 centavos em um sebo que continha nada mais nada menos que a narração de todos os gols da copa de 1970. Soube pesquisando pelo google (sou da geração que me rendi ao google para pesquisa). Vinha como um encarte da (na época) popular revista Manchete. Seus narradores são Waldir Amaral e Jorge Curi (indivíduos competente os dois).

Na melhor copa em que o Brasil esteve, não sei se seria bom estar no Brasil naquela época de junho de 1970. Dois filmes, hoje clássicos contam como era o Brasil, em pontos de vista diferentes, no momento dos jogos, ambos com forte teor político. O primeiro é Pra Frente Brasil (1982) de Roberto Farias e o outro é O Dia em Que Meus Pais Sairam de Férias (2003) de Cao Hamburgo.

Por isto como não tem como voltar na máquina do tempo e reaver a festa que foi ver "in loco" a conquista do tri no México ou viver o terror que era viver no momento mais tenso da ditadura no Brasil, melhor ter o áudio para ouvir, fechar os olhos, e sentir a sensação como se fosse um dos 90 milhões em ação junto com a seleção.

VIAJE NO TEMPO: PRA FRENTE BRASIL, SALVE A SELEÇÃO!!!


APRESENTAÇÃO DO BLOG: AS PREFERIDAS DO ROGÉRIO

Começo uma nova fase deste blog tentando voltar aos poucos ao mundo do blog. Irei postar neste blog algo que me fez ou me faz gostar de música ou algum som. Basicamente serão indicações de algo com algumas informações que tenho e algumas que todos sabem mas que vale a pena ressaltar. Mas principalmente minhas opiniões sobre o assunto, o que geralmente não condiz com o que o visitante tenha, mas possa contribuir para a discussão de algum assunto.

Quem me conhece sabe que música é minha vida e adoro conversar sobre música, e nem sempre o que gosto é do gosto de todo mundo. Tenho adoração pelo vinil e da música de seu tempo. Nem por isto irei só comentar músicas antigas.

Para mim, este blog é uma terapia. Resumindo, aqui vão minhas indicações de algo que gosto muito, MÚSICA. O que terá neste blog será intencionalmente a fim de divulgar material que me chama atenção.

Sejam Bem vindos.
Rogério